Por Neilton Diniz
O SINDIPEMA,
sindicato dos professores de Aracaju, tem se notabilizado, nesses anos de
governos ditos progressistas em nossa capital, como um sindicato sem brilho e
marcado pela letargia frente à ação dos últimos governos da nossa Aracaju, notadamente,
Déda e Edvaldo.
A frágil atuação deu-se
pela crise existencial vivida por esse sindicato no início do governo Déda,
quando indicou e obteve a nomeação de vários diretores das escolas municipais,
fazendo-se aliado direto do governo nascente. Não contente com isso, construiu
a ponte para que parte da sua liderança executiva ocupasse uma após a outra,
cargos na administração do Prefeito Marcelo Déda, como foi o caso de Rosangela
e Ivonete, que foram nomeadas, evidentemente em períodos diferenciados, o cargo
de Secretária da Educação do Município.
Tendo feito isso, fez
sucumbir a sua autonomia e passou a ser incapaz de organizar a luta sindical
frente às demandas cada vez mais crescentes da categoria e a uma resposta
tímida tampouco pródiga do governante de plantão.
Resultou dessa
incapacidade para a luta da categoria, anos de perdas salariais, principalmente
para aqueles professores que chegaram em 2002 na rede, visto que em um dos
anos, Marcelo Déda não estabeleceu reajuste para a categoria, alegando ter que
pagar passivos trabalhistas existentes de outros governos. Qual foi o desfecho
para os ditos “novatos”, reajuste zero.
O silêncio do sindicato
no período Déda/Edvaldo, foi rompido um pouco pela disputa do Piso, tendo na
gestão da professora Elba, lampejos de vivacidade, mais pela sua determinação e
insubmissão, que pela vontade do grupo que dirige o sindicato, marcadamente
comandado pelo Deputado Francisco Gualberto.
Portanto, pensar no
SINDIPEMA hoje é pensar em Moisés, o líder do povo Hebreu na travessia pelo
deserto que falava diretamente com Deus e o seu rosto brilhava como resultado
da presença de Deus e visto que não poderia falar com o povo sem causar o
desconforto natural do brilho de Deus sobre os olhos do povo, colocou um véu
para comunicar ao povo as ordenanças de Deus.
O problema é que mesmo
depois do brilho de Deus não mais está na fronte de Moisés, o mesmo continuou a
usar o véu, tentando manter um brilho que não mais havia.
O SINDIPEMA sofre
exatamente do mal de Moisés, pois tenta mostrar um brilho que já passou,
principalmente quando era liderado por Diomedes, vivendo na projeção de algo
que já não contém e buscando no passado uma glória que já não pode ser associada
aqueles que negam os princípios pelos quais o grande SINDIPEMA embalava os
sonhos e as lutas dos professores e professoras de Aracaju.
Dito isso, em lugar do
véu da simulação, a atual diretoria do SINDIPEMA precisa escancarar a verdade
opaca da sua existência e trilhar o caminho de volta à base, à autonomia, à
luta.
Caso isso não ocorra,
terá o destino reservado a Moisés, pois liderou o povo durante toda a travessia
do deserto e até a entrada da terra prometida, porém não teve o direito de
gozar da sua posse