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terça-feira, 23 de julho de 2013

Privatização do Ensino em Aracaju: Prefeito João Alves compra apostila do sistema positivo.


Por: Ana Luzia Costa Santos

A Prefeitura de Aracaju, através da SEMED quer impor aos professores e professoras a apostila do sistema de ensino aprende Brasil da editora positivo. Já temos na rede o alfa e beto, a herança deixada pela ex-secretária Tereza Cristina, o aprende Brasil na educação infantil e agora o prefeito João Alves Filho, do DEM,vem com apostila da editora positivo para o nono ano. Aracaju já é contemplada com o PNLD ( Programa Nacional do Livro Didático) que nós escolhemos para trabalhar, tínhamos esse direito, agora será imposto a apostila do sistema positivo. 

Pergunto: Vamos resistir? Vamos perder definitivamente o que nos resta de autonomia? Como é possível dois gastos para um mesmo fim?


É a privatização do ensino público?

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sindipema está a serviço de quem? Dos Professores ou da Prefeitura de Aracaju?



Tem gerado questionamento dos professores da Rede Municipal de Aracaju a postura da direção do SINDIPEMA em relação ao percentual de reajuste salarial concedido pelo prefeito João Alves Filho.

Estranha-se a postura do Sindicato de não fazer intervenção junto à gestão municipal para rever a política de destruição do Plano de Carreira realizada pelo prefeito Edvaldo Nogueira. O prefeito João Alves vem afirmando que está pagando o piso salarial, entretanto não tem uma vírgula da direção negando essa afirmação da prefeitura. A prefeitura não pagou o piso, apenas concedeu um reajuste de 7,97% sem alterar a manobra de Edvaldo Nogueira que acaba com o nível médio da carreira do magistério para não pagar o piso salarial. Isso significa que em 2014, o prefeito poderá conceder reajustes diferenciados como Edvaldo Nogueira vinha realizando.

Está claro para os professores que o prefeito João Alves não quer respeitar a lei do piso. Caso quisesse realizar o pagamento devido, faria a devida correção dos desmando de Edvaldo Nogueira, mas não fez e a direção do SINDIPEMA compactuou com Edvaldo e vem compactuando com João Alves, fechando os olhos para a manutenção da política de destruição da carreira do magistério municipal.

Para completar o soneto, a Secretária Municipal de Educação Márcia Valéria postou no perfil do seu facebook uma foto com a direção do SINDIPEMA afirmando que 90% da pauta de reinvidicação do magistério municipal a prefeitura já tinha sido atendida. Mais uma vez não houve qualquer reação da direção para negar a afirmação da secretária. Na verdade, o que estamos vendo no município de Aracaju é o desmonte da educação municipal: fim da gestão democrática; retorno das perseguições nas escolas; negação da autonomia docente; imposição do pacote Alfa e Beto para gerar os futuros analfabetos funcionais; fim da participação da comunidade escolar; continuidade da política de desestruturação da carreira dos professores; e não pagamento do piso salarial.

Por fim, a direção do SINDIPEMA pressionada pelos professores diante do não pagamento do reajuste de 7,97% pela prefeitura no mês de Abril saiu com uma nota colocando a culpa numa emenda apresentada pelo Vereador Iran Barbosa ao projeto de lei que reajustou os salários dos professores. Chama nossa atenção que a emenda foi aprovada pelos vereadores e visava garantir que todos os professores tivesse garantido, em seus salários, o percentual de 7,97%. Desta forma, a emenda que deveria ser defendida pela Direção do Sindicato foi colocada como uma coisa ruim para os professores.

Assim, em vez do Sindicato sai com nota criticando o prefeito João Alves por está enrolando os professores, uma vez que a lei já foi sancionada e publicada no diário oficial do município no dia 06 de maio, a nota faz crítica ao vereador Iran Barbosa. Vale ressaltar que o vereador Iran teve a preocupação, enquanto professor da rede e coerente com a luta dos trabalhadores, de garantir que o projeto tivesse as tabelas salariais devidas para que os professores não perdessem dinheiro com alguma manobra realizada pela prefeitura.

Entretanto, a direção do SINDIPEMA não saiu com nota repudiando a postura do vereador Agamenon Sobral, aliado de João Alves, que falou mentira, afirmando que o reajuste de 7,97% dos professores já tinha sido pago pela prefeitura. O vereador Agamenon defendeu, ainda que a prefeitura cortasse os salários dos professores que aderiram à greve nacional coordenada pela CNTE e aprovada pela assembleia da categoria.

Bem, diante dos fatos pergunta-se: A direção do Sindipema está a serviço de quem? Professores ou Prefeitura de Aracaju? Não é no discurso que se faz o caráter, mas na ação.

terça-feira, 26 de março de 2013

Dossiê: Alfa e Beto e os mercadores da Educação


 

 

Autor // Walter Takemoto - Caros Amigos

Educação: De pacote em pacote se desvaloriza a escola e seus profissionais .

A Prefeitura Municipal de Salvador mal tinha acomodado o seu novo prefeito ACM Neto e a Secretaria Municipal de Educação, a única que manteve um secretário da trágica gestão do João Henrique, já recebia os professores que retornavam das férias, e às vésperas do carnaval baiano, com um “treinamento” oferecido para a implantação de um programa chamado “Alfa e Beto”, que consiste de materiais didáticos para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, materiais para professores e treinamento para que possam usar os mesmos em sala de aula. Antes de tudo é preciso que se diga de onde é que surge esse material denominado Alfa e Beto.

 Histórico

No inicio de janeiro de 2003, dez anos atrás, o senador ACM (avô do prefeito de Salvador), o governador da Bahia e dirigentes nacionais do PFL (partido que deu origem ao DEM do prefeito) reuniram prefeitos e secretários de educação no Hotel Fiesta para conhecerem o novo programa de alfabetização do PFL: o Alfa e Beto!

 Sim, o mesmo que o Prefeito ACM Neto compra agora foi lançado pelo seu avô em 2003 como o programa do Partido da Frente Liberal para erradicação do analfabetismo!

 Na época esse programa foi apresentado para a equipe técnica da Secretaria Estadual de Educação da Bahia (na qual o prefeito ACM Neto atuava como assessor do secretário) analisar o conteúdo dos livros, e parte dos técnicos considerou problemático o material, por apresentar erros conceituais e atividades didáticas inadequadas, mas a decisão final foi política e não pedagógica. Na ocasião, a equipe teve como resposta do Sr. João Batista (dono do Alfa e Beto) a afirmação “não discuto com pedagogos, que são os responsáveis pelos problemas da educação”. Em seguida, esse senhor “educadamente” se levantou e jogou no lixo o parecer técnico.

 Decisão Política ou Pedagógica?

Apesar do parecer desfavorável da equipe técnica, na época por decisão do senador ACM o pacote Alfa e Beto foi “implantado” em algumas escolas de Salvador, e da mesma forma que chegou às escolas “de surpresa” depois foi retirado, sem nenhuma discussão ou avaliação dos seus resultados.

 E hoje, a decisão do Prefeito ACM Neto e do Secretário, herdado do João Henrique, João Carlos Bacelar é política ou pedagógica? Pretende o prefeito e o secretário comprando esse pacote educacional pronto oferecer a todos os educadores e crianças de Salvador uma escola pública de qualidade?

 Inicialmente é preciso lembrar que a mesma Prefeitura de Salvador e a mesma Secretaria de Educação compraram entre 2008 e 2010, de uma editora chamada Aymará, livros didáticos (que chamavam de “literários”) para os alunos das escolas municipais ao custo de mais de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), sem licitação. Em conseqüência dessa compra, o Ministério Público abriu um processo e o Tribunal de Contas considerou irregular o contrato firmado pela Prefeitura, determinando a suspensão do que ainda não havia sido pago, um valor inferior a 10% do total, ou seja, a Prefeitura já havia efetuado o pagamento quase integral de todo o valor. Nessa época o Sr. João Carlos Bacelar assumia como secretário da educação de Salvador e declarou para a imprensa: “Não suspendi [o pagamento] por irregularidades ou coisa do tipo, a decisão foi porque o contrato não era prioritário para a gestão”. Ou seja, o atual secretário considerou que a compra do material da Aymará não tinha sido irregular, indo contra o parecer do Tribunal de Contas e o Ministério Público, e só suspendeu o pagamento por ter outras prioridades. Provavelmente a sua prioridade era o Alfa e Beto!

 Peso de Ouro

Como se pode ver por esse episódio da compra de livros didáticos da Aymará, esses pacotes educacionais oferecidos como “o milagre” para resolver todos os problemas das escolas públicas, são vendidos a peso de ouro para as secretarias de educação.

 E a que peso de ouro a Prefeitura Municipal de Salvador troca a Aymará pelo Alfa e Beto do PFL? Algumas perguntas precisam ser respondidas pelo Prefeito e seu Secretário:

 • Qual a análise técnica realizada pela equipe pedagógica da secretaria e os educadores das escolas municipais sobre o uso dos materiais da Aymará? Quais resultados foram obtidos?

• Qual a análise técnica que a equipe pedagógica da secretaria e os educadores das escolas municipais realizaram dos materiais do Alfa e Beto que referendou a compra dos mesmos pela Secretaria?

• Qual o custo por aluno/ano dos materiais da Alfa e Beto?

• O que a Secretaria vai fazer com as toneladas de materiais do Programa do MEC “Pacto pela Alfabetização” e os livros didáticos escolhidos pelos professores que a Prefeitura recebe gratuitamente? Essas duas últimas questões são fundamentais de serem respondidas pela Secretaria de Educação e debatidas por todos os educadores das escolas públicas de Salvador e do Brasil.

 Nos últimos anos, com a importância dada pelos meios de comunicação aos resultados das avaliações externas realizadas pelo Ministério da Educação (SAEB, Prova Brasil, IDEB, entre outros), criando classificações entre as melhores e as piores escolas públicas, ou comparando o desempenho de uma escola municipal periférica com uma escola privada de elite, alguns secretários de educação passaram a acreditar que é possível comprar “um remédio infalível”, que coloque as “suas” escolas no topo da classificação e possa colher os frutos políticos eleitorais dos resultados. Com isso, as grandes editoras e grupos empresariais passaram a vender pacotes prontos (Positivo, Objetivo, Anglo, Alfa e Beto, COC, etc) prometendo que os resultados virão a toque de mágica, sem nenhum esforço que exija mais do que assinar um contrato de dezenas de milhões de reais.

 Afronta

E esses secretários deixam de utilizar os livros didáticos fornecidos pelo Ministério da Educação, e que são avaliados por especialistas de universidades públicas, sem custos para os cofres públicos estaduais e municipais, para comprarem os pacotes vendidos por essas empresas sob a promessa que os alunos terão um ensino equivalente ao oferecido pelas escolas privadas. Ou seja, os secretários criam uma despesa desnecessária, e elevada, que além de tudo representa uma afronta aos profissionais da educação das secretarias e escolas. E representa uma afronta pelos seguintes motivos:

 • Por trás da compra de pacotes educacionais privados estão presentes uma concepção de educação e seus respectivos objetivos, e a adesão a esses materiais representa reduzir o processo educativo à transmissão de um determinado conteúdo estruturado, desarticulado da formação dos alunos em outros âmbitos fundamentais, como para valores, atitudes e para o pleno exercício da cidadania, submetendo as políticas educacionais a busca de resultados, seja da secretaria e escolas nas avaliações externas ou dos alunos em provas e vestibulares. 

 • Ao aceitar pacotes educacionais e entregar aos grupos empresariais que os produzem a responsabilidade por “treinar” e “controlar” o uso dos mesmos pelos professores, a secretaria retira das equipes técnicas a função de responsáveis por elaborar, planejar e executar, em parceria com as escolas, as ações pedagógicas destinadas a qualificar o trabalho docente, privatizando, de certo modo, as políticas educacionais.

 • Esses pacotes desqualificam, também, a função docente, a importância do professor em sala de aula e na relação com os seus alunos, ao colocá-los na condição de “aplicadores” das atividades determinadas pelos materiais da Aymará hoje, do Alfa e Beto amanhã, e assim por diante.

 • Para que as escolas vão debater, refletir e construir o seu projeto político pedagógico se os grupos empresariais já entregam um pacote pronto e fechado? Para que as equipes técnicas irão discutir com as escolas e seus profissionais as orientações curriculares se os conteúdos dos pacotes não podem ser alterados? Como é que se pode contextualizar os conteúdos a serem ensinados aos alunos, a partir de suas realidades, tendo atividades prontas e definidas? Ocorre que ao optar por esses pacotes fechados, a secretaria entregou para um grupo empresarial privado e movido pelo lucro a responsabilidade pela política educacional do município.

 • No caso específico da Rede Municipal de Educação de Salvador, significa também negar toda uma história pedagógica construída por seus educadores que desde a década de 90 vem discutindo, a duras penas, uma concepção de alfabetização que tem como princípio fundante a construção do conhecimento por professores e alunos. Significa inclusive negar os próprios documentos e orientações curriculares da rede e as Propostas Pedagógicas das suas escolas.

 Trata-se, portanto, de “matar” um conhecimento produzido durante décadas e também jogar no lixo o dinheiro público investido em formação continuada em serviço dos educadores desta rede nas últimas décadas.

 Questões Fundamentais

Essas, e muitas outras questões são fundamentais de serem discutidas por todos os profissionais da educação que atuam e defendem a escola pública.

 Não passa por pacotes educacionais a melhoria da qualidade da escola pública, assim como também não passa pela quantidade de inovações tecnológicas. A questão central da educação, que existe desde o dia em que se construiu a primeira escola pública no Brasil, e que se agravou quando se democratizou o acesso para todas as crianças e adolescentes, é a qualificação e a valorização do professor. A transformação da qualidade da escola pública começa e se realiza na sala de aula, na relação do professor com os seus alunos, na qualidade do ensino que é realizado pelo professor e que determina a qualidade da aprendizagem de todos os seus alunos.

 Nesse sentido, não existe nenhuma outra prioridade possível que não seja o investimento efetivo e permanente no desenvolvimento profissional dos professores e na valorização do trabalho que realizam em sala de aula, na construção de sua autonomia enquanto profissional capaz de refletir sobre a sua prática e produzir novos conhecimentos, e de compartilhar com a equipe escolar seus dilemas e descobertas.

 Ensino e Aprendizagem

Se muitos secretários, como no caso atual de Salvador, não compreendem a complexidade presente na relação de ensino e aprendizagem, e quais são as prioridades educacionais nas quais os recursos públicos devem ser investidos para que a escola pública tenha qualidade, e os alunos possam aprender na idade e na série adequada, é preciso então que os próprios educadores assumam a responsabilidade de discutir e interferir nas políticas educacionais, retirando das mãos daqueles que são transitórios esse poder de decisão.

 Não será trocando Aymará por Alfa e Beto que as crianças de Salvador terão a aprendizagem de qualidade que merecem e têm direito social e político. E não será com o Alfa e Beto que os educadores de Salvador, sejam os técnicos da secretaria ou as equipes escolares, se colocarão na condição de quem é capaz de exercer plenamente sua profissão e, portanto, serem valorizados pelo trabalho que realizam.

 E cabe aos sindicatos sair do debate meramente reivindicatório, em que se negocia pontualmente algumas concessões do governo, que a curto prazo perdem validade, para efetivamente assumir o debate coletivo acerca da educação que interessa aos educadores e aos alunos das escolas públicas de Salvador e da Bahia, definindo as prioridades que realmente representam valorização e desenvolvimento profissional, qualidade de aprendizagem para os alunos, e que podem mudar o grave quadro educacional baiano.

Não é mais possível aceitar que a escola pública, seus profissionais e alunos continuem convivendo com políticas educacionais que ao longo de décadas representou a exclusão de milhões de crianças, adolescentes e jovens baianos - realidade que a grande maioria dos professores conhece de perto e como experiência de vida – e que permanecem em pleno século XXI alargando as diferenças entre ricos e pobres, negros e brancos, e os que possuem ou não proximidade com quem está no poder.

 Decisões Duvidosas

É inadmissível que alguns poucos, que não são educadores, decidam por milhares de professores, dezenas de milhares de alunos e por toda a sociedade, o que é prioridade a partir de interesses que são estranhos à educação e seus profissionais. Ao mesmo tempo em que investem dezenas de milhões de reais de recursos públicos, na calada da noite ou no recesso das férias, sem nenhuma discussão com os profissionais da educação, quando se coloca a questão da valorização profissional sempre alegam falta de recursos. Ao mesmo tempo que investem no que não é necessário, dezenas ou centenas de escolas apresentam péssimas condições de trabalho e estudo, faltam professores, funcionários e recursos materiais e pedagógicos de qualidade.

 Alterar essa situação depende do quanto os sindicatos e os educadores se dispõem, efetivamente, a assumirem em conjunto com os alunos e seus familiares a condição de protagonistas da discussão sobre a política educacional que interessa às escolas públicas, colocando um ponto final nos desmandos que marcam como as elites e seus governantes trataram as políticas educacionais na história do nosso país.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Vera Ferreira renuncia à Presidência do SINDIPEMA



Os professores da Rede Municipal de Aracaju estão perplexos com a renúncia inesperada da professora Vera Ferreira à Presidência do SINDIPEMA. A notícia está sendo divulgada pelos professores nas escolas municipais, mas sem uma posição oficial da Direção do Sindicato. Os professores têm informações de que sua substituta será a professora Magna Araújo, diretora da entidade.

Entretanto, cabe o nosso questionamento: Se a Presidenta Vera renunciou, a Vice-Presidenta Maria José também renunciou? Pois pelo Estatuto do SINDIPEMA é o Vice-Presidente que substitui o Presidente em todos os aspectos.

Outra questão preocupante é o site do Sindicato que está fora do ar há mais de 03 meses e nenhuma informação chega aos professores nas escolas, tanto em relação à renúncia da Presidenta quanto das negociações pelo pagamento do Piso Salarial, bem como as luta contra a ação maléfica do Prefeito João Alves em acabar com a  Gestão Democrática no município.

Preocupa-nos a ausência de Assembleia para discussão de encaminhamento de lutas pelo Piso Salarial para todos professores e combate as ações do prefeito João Alves contra o magistério e a educação municipal.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Alfa e Beto a salvação da educação municipal de Aracaju? Onde e quando?




Causou indignação aos professores da rede municipal de Aracaju, que utilizam o facebook, foto postada pelo Dênisson Ventura em frente a uma pilha de caixas afirmando estar ali a “salvação” para a educação municipal de Aracaju. A foto foi compartilhada pela Secretária de Educação Márcia Valéria reafirmando a posição do Dênisson. Pela postagem e comentários sobre a foto, as caixas contém livros do instituto Alfa e Beto que confecciona um pacote instrucional chamado de Programa Estruturado.

Quando esteve a frente da Secretaria de Estado da Educação no governo de João Alves, a Secretária Márcia Valéria, junto com João Alves, trouxeram esse programa para as escolas estaduais e o resultado foi um fracasso total. Um programa que tira autonomia docente ao ponto que os professores têm que seguir as aulas prontas para cada dia, desconsiderando o ritmo de aprendizagem dos alunos e das turmas, transformando as crianças em futuros analfabetos funcionais, pois não há espaço, na forma como é pensado o pacote, para o professor acompanhar aqueles alunos que não conseguiram aprender no tempo e ritmo que o pacote estabelece. Além disso, os educadores não têm o direito de elaborarem as avaliações para mensurarem a aprendizagem das crianças.

A forma como o programa estruturado tenta ser imposto nas escolas chega a assédio moral contra os professores. Esse pacote é pensado para acabar com autonomia da escola em elaborar seu Projeto Político Pedagógico e dos professores de elaborarem seu Plano de Trabalho Docente. Esses direitos estão assegurados na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seus arts. 3º, 12, 13, 14 e 15 que asseguram autonomia pedagógica, administrativa e financeira.

Para o Dênisson Ventura e a Márcia Valéria, esse pacote será a salvação da educação municipal. Durante o treinamento para os professores usarem o pacote, os supostos formadores não respondem as dúvidas dos professores. A resposta parece gravada: “não sei de nada apenas que é obrigatório a utilização desses livros”, ou seja, estão muito bem “treinados” para impor essa coisa na rede municipal, desconsiderando o Projeto Político Pedagógico das escolas municipais.

Se esse pacote é muito bom, porque os índices do IDEB de Sergipe e de Alagoas quando Márcia Valéria esteve à frente das secretarias de Estado não aumentaram? Porque a Secretária firma contrato apenas com esse instituto em todos os lugares que vai? Teve licitação para compra desse pacote? Quanto foi que a Prefeitura de Aracaju desembolsou para comprar um pacote que não funcionou na rede estadual de Sergipe e Alagoas? O povo de Aracaju merece essas respostas.

O dinheiro que poderia ser utilizado para pagar o piso do magistério municipal está sendo torrado em pacote que não vai funcionar, pois a experiência já demonstrou isso. Quanto aos professores da rede municipal de Aracaju o caminho é o da resistência e dizer NÃO a mais esse pacote instrucional, exercendo sua autonomia pedagógica assegurada na legislação vigente brasileira.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Nota pública: CNTE esclarece decisão do STF sobre o piso do magistério



A CNTE lamenta a abordagem conferida pelos meios de comunicação à decisão do julgamento dos Embargos de Declaração opostos pelos Governadores à decisão de mérito da ADIn 4.167, que considerou a Lei do Piso constitucional, uma vez que a mesma tende a gerar interpretações contrárias ao cumprimento integral, imediato e, inclusive, retroativo da Lei 11.738.

Neste sentido, a CNTE esclarece o seguinte:

1. No julgamento dos Embargos, em 27 de fevereiro de 2013, o STF negou, na íntegra, o pedido dos Governadores para postergar a aplicação do piso salarial na forma de vencimento inicial das carreiras de magistério em mais um ano e meio, solicitação esta constante nos Embargos do Governador do Rio Grande do Sul.

2. A Corte esclareceu os estados e municípios sobre a vigência do piso como vencimento inicial das carreiras de magistério (sem qualquer tipo de gratificação ou abono), sendo esta a data do julgamento de mérito da ADIn 4.167, ou seja, 27 de abril de 2011.

3. Em consequência desta segunda decisão, os estados e municípios estão isentos de qualquer passivo retroativo no tocante ao pagamento do piso como vencimento de carreira (não cabem ações judiciais para requerer os impactos dos valores nominais do piso nos planos de carreira, entre julho de 2008 e abril de 2011).

4. Ao contrário do que tem divulgado a mídia, os gestores que não cumpriram o valor nominal do piso entre 2009 e abril de 2011, ainda que na forma de gratificações – como determinou a decisão cautelar do STF proferida em 17 de dezembro de 2008 –, estão sujeitos sim a ações judiciais para pagamento da diferença nominal sobre o piso nacional praticado à época, uma vez que descumpriram uma medida de caráter vinculante do STF.

5. A decisão liminar do STF, de 2008, teve caráter erga omnes (obrigatória a toda administração pública) e sua vigência estendia-se até o julgamento do mérito da ADIn 4.167. Portanto, o piso na qualidade de vencimento inicial de carreira teve vigência a partir de abril de 2011, porém sua referência nominal (podendo ser paga mediante gratificações) teve validade entre a sanção da Lei 11.738 (em 17 de julho de 2008) até o dia 27 de abril de 2011, quando o STF julgou o mérito da ADIn 4.167.

6. Para a CNTE, os trabalhadores obtiveram pleno êxito na ADIn 4.167, até porque a Lei 11.738 estabelecia prazo de três anos para a integralização do valor do piso como vencimento inicial de carreira, prazo este que terminou em 31 de dezembro de 2010, quatro meses antes do julgamento de mérito do STF que determinou a vigência integral do valor do piso na forma de vencimento das carreiras de magistério em todo país.

A CNTE aproveita a oportunidade para reiterar a convocação de todos os trabalhadores em educação do país, e a sociedade em geral, para a paralisação nacional dos dias 23 a 25 de abril pelo cumprimento integral da Lei do Piso, inclusive com a destinação mínima de 1/3 da jornada de trabalho do/a professor/a para hora-atividade (trabalhos extraclasses).

A recente decisão do STF fortalece a nossa luta, na medida em que nenhum gestor pode mais alegar pendências no julgamento do STF para deixar de aplicar integralmente a Lei do Piso.

Contamos com a força de todos/as!

CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A falácia de Márcia Valéria para acabar com a gestão democrática nas escolas de Aracaju



IDEB de Aracaju, Gestão Democrática e tristes lembranças de Alagoas

Do leitor Anísio da Silva Santos, um leitor e observador dos índices do Ideb: “Fiquei estarrecida com o IDEB de Aracaju”, brada a “nova” secretária de educação de Aracaju, professora Márcia Valéria, se referindo ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica da Capital Sergipana no ano de 2011 que foi de 3,6  no quinto ano e 3,1 no nono ano. A palavra nova está entre aspas por que o caro leitor vai descobrir que ela não é tão nova assim em ocupar cargo de secretária de Educação.

 Inicialmente gostaria de concordar que o IDEB de Aracaju realmente não é bom, mas ficou apenas  0,1 abaixo da meta a ser atingida em 2011. O objetivo do MEC é chegarmos a média 6,0 em 2022, ano que o Brasil completa 200 anos de independência. Todos os dados estão disponíveis no www.inep.org.br.

 Estarrecido mesmo, o caro leitor vai ficar quando verificar os dados a seguir: A professora Márcia Valéria foi secretária adjunta da Secretaria de Estado de Educação do então governador João Alves Filho até 2006. Sabe qual foi o IDEB da Gestão dela? 3,0 para o quinto ano,  2,9 para o nono ano, portanto, muito mais baixo que o atual IDEB de Aracaju.

A professora Márcia Valéria também foi secretária adjunta, e em seguida titular da pasta de educação no estado de Alagoas,  e assessora do governo do nosso vizinho estado até o ano passado. Sabiam disso? Sabe qual foi a revolução da educação que ela fez lá? É só continuar a consultar o site do INEP (www.inep.org.br). O Ideb de 2011  de Alagoas foi o seguinte: quinto ano 3,4 e nono ano 2,5. E aí caro leitor, ficou estarrecido?

 Em resumo, todos os dados de Sergipe e Alagoas da política de educação implantada pela secretária Márcia Valéria, são piores que os atuais dados de Aracaju. Por que então do espanto com os dados da nossa capital?A resposta é simples. Era necessária uma desculpa para se acabar com a gestão democrática em Aracaju. Embora não fique clara a relação entre Gestão Democrática e bom desempenho no IDEB, pois Alagoas não tem Gestão Democrática e possui os piores índices de educação no país, foi esta a desculpa utilizada. E o pior, teve gente que engoliu, inclusive na mídia.

 Torço que a educação de Aracaju melhore de forma significativa, mas torço também que não seja utilizada a mesma política de educação já experimentada em Sergipe até 2006 e em Alagoas até 2012, pois notadamente fracassaram. Que venha o “novo”.