16/10/2011 19:39
Os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental professor Laonte Gama, localizada na rua 8, conjunto Padre Pedro, no bairro Santa Maria, não usam mais a quadra esportiva para a prática das aulas de educação física. O motivo é que o local representa um risco para os estudantes. A estrutura está enferrujada e pior que isso, um pedaço da cobertura de zinco voou no dia 8 de outubro.
A sorte segundo funcionários da escola é que no momento da queda da estrutura não havia nenhum aluno no local. O objeto caiu num sábado à noite. “Interditamos a quadra para evitar que as crianças se machuquem, a quadra não é mais um local seguro para a prática esportiva”, argumenta Flávio Dantas, um dos professores de educação física da escola.
E não precisa ser especialista para entender que o professor tem toda a razão. A cobertura balança demais com o vento, a sensação é de que a qualquer momento mais um pedaço vá cair. “Imagine só se uma criança se acidenta. Como é que vamos comunicar aos pais que o seu filho se machucou na aula de educação física?”, questiona Flávio.
Para evitar que o pior aconteça, a coordenadora da escola entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação – Semed –, comunicando o problema da estrutura e solicitando os reparos necessários. “Liguei diversas vezes, mandei relatórios, ofícios e estamos aguardando”, conta Núbia Lira, coordenadora da unidade de ensino.
E não foi só ela quem ligou, a equipe do Cinform Online também entrou em contato com a secretaria e recebeu uma resposta positiva do órgão. Parece que toda esta insistência terá resultado. Na próxima semana, a Assessoria Técnica e de Engenharia – Astec –, enviará uma equipe para analisar o estado da estrutura física da quadra de esportes e viabilizar, em tempo hábil, a manutenção permanente do espaço.
Segundo Antônio Bittencourt, secretário municipal da Educação, inúmeras unidades de ensino vão passar por mudanças estruturais que possibilitarão melhorias nos serviços educacionais. “O que aconteceu com a escola Laonte Gama foi um problema específico que já está sendo resolvido pelos setores cabíveis da nossa secretaria”, disse Bittencourt.
De acordo Ruskaja Sandrin, engenheira da Semed, a secretaria vai assinar uma ordem de serviço com a Empresa Municipal de Obras e Urbanização – Emurb – para atender as solicitações da escola. E a empresa que ganhou convênio de manutenção da esquadria metálica vai assinar contrato na próxima semana, afirma Eduardo Andrade assessor de Comunicação/Semed. E mais, a Emurb assinará, na segunda-feira, 17, a ordem de serviço.
ESCOLA
O colégio Laonte Gama tem 15 anos de existência e desde a sua inauguração só passou por pequenos reparos. De acordo com a coordenadora, não foi realizada nenhuma reforma estrutural. A escola atende a mais de mil alunos, que são divididos em dois turnos letivos, manhã e tarde e conta com apenas dois bebedouros.
Segundo a coordenação da escola, os problemas não se restringem a quadra, estão espalhados por diversas salas. Há problemas de ventilação nas salas, em algumas os ventiladores ainda não foram instalados pela Astec.
“Algumas telhas estão quebradas e quando chove a gente coloca todas as cadeiras da sala de um lado só, para evitar que os meninos se molhem. Tem sala que enche de água”, conta Sindia Peixoto Cavalcante, professora do ensino fundamental menor.
De acordo com a coordenadora Núbia, embora existam estes problemas, os professores não deixam de dar o seu máximo. “Eles são verdadeiros guerreiros, são profissionais compromissados com a educação, por isso, ultrapassam as dificuldades existentes”, enfatiza.
Por exemplo, Flávio e os outros dois professores de educação física continuam ministrando suas aulas, mesmo sem quadra. Desde a interdição do espaço, eles passaram a promover suas aulas na área externa à quadra e algumas vezes dentro da sala de aula. “Não estamos usando o espaço adequado, mas continuamos fazendo o nosso trabalho”, disse o professor.
COZINHA
A cozinha da instituição de ensino precisa urgentemente de freezer para condicionar os alimentos. “Possuíamos três freezers, mas dois quebraram e um está numa situação precária. Por isso, estamos devolvendo parte da merenda que chega a Semed, para evitar que as carnes estraguem, não temos espaço para condicionar os alimentos”, conta a coordenadora Núbia.
E não é só isso, as bocas do fogão estão em péssimas condições, inclusive sai fogo pelo botão de acender as bocas, que por causa disso, foram isoladas com fita. E este não é o único problema, o fogão balança por causa das grandes panelas utilizadas para fazer comida. Para evitar que tudo vá ao chão, a cozinheira se coloca na frente para amparar o objeto. “Eu fico segurando, já queimei várias vezes a barriga e os braços”, disse Meire dos Santos.
Todos os profissionais da escola só desejam uma coisa, que a Secretaria Municipal de Educação tome as providências necessárias para a manutenção do ambiente escolar, e que a reforma estrutural comece o mais rápido possível. Afinal de contas, os alunos merecem um espaço mais confortável e que não traga riscos à vida dos estudantes.