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sexta-feira, 15 de março de 2013

Alfa e Beto a salvação da educação municipal de Aracaju? Onde e quando?




Causou indignação aos professores da rede municipal de Aracaju, que utilizam o facebook, foto postada pelo Dênisson Ventura em frente a uma pilha de caixas afirmando estar ali a “salvação” para a educação municipal de Aracaju. A foto foi compartilhada pela Secretária de Educação Márcia Valéria reafirmando a posição do Dênisson. Pela postagem e comentários sobre a foto, as caixas contém livros do instituto Alfa e Beto que confecciona um pacote instrucional chamado de Programa Estruturado.

Quando esteve a frente da Secretaria de Estado da Educação no governo de João Alves, a Secretária Márcia Valéria, junto com João Alves, trouxeram esse programa para as escolas estaduais e o resultado foi um fracasso total. Um programa que tira autonomia docente ao ponto que os professores têm que seguir as aulas prontas para cada dia, desconsiderando o ritmo de aprendizagem dos alunos e das turmas, transformando as crianças em futuros analfabetos funcionais, pois não há espaço, na forma como é pensado o pacote, para o professor acompanhar aqueles alunos que não conseguiram aprender no tempo e ritmo que o pacote estabelece. Além disso, os educadores não têm o direito de elaborarem as avaliações para mensurarem a aprendizagem das crianças.

A forma como o programa estruturado tenta ser imposto nas escolas chega a assédio moral contra os professores. Esse pacote é pensado para acabar com autonomia da escola em elaborar seu Projeto Político Pedagógico e dos professores de elaborarem seu Plano de Trabalho Docente. Esses direitos estão assegurados na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seus arts. 3º, 12, 13, 14 e 15 que asseguram autonomia pedagógica, administrativa e financeira.

Para o Dênisson Ventura e a Márcia Valéria, esse pacote será a salvação da educação municipal. Durante o treinamento para os professores usarem o pacote, os supostos formadores não respondem as dúvidas dos professores. A resposta parece gravada: “não sei de nada apenas que é obrigatório a utilização desses livros”, ou seja, estão muito bem “treinados” para impor essa coisa na rede municipal, desconsiderando o Projeto Político Pedagógico das escolas municipais.

Se esse pacote é muito bom, porque os índices do IDEB de Sergipe e de Alagoas quando Márcia Valéria esteve à frente das secretarias de Estado não aumentaram? Porque a Secretária firma contrato apenas com esse instituto em todos os lugares que vai? Teve licitação para compra desse pacote? Quanto foi que a Prefeitura de Aracaju desembolsou para comprar um pacote que não funcionou na rede estadual de Sergipe e Alagoas? O povo de Aracaju merece essas respostas.

O dinheiro que poderia ser utilizado para pagar o piso do magistério municipal está sendo torrado em pacote que não vai funcionar, pois a experiência já demonstrou isso. Quanto aos professores da rede municipal de Aracaju o caminho é o da resistência e dizer NÃO a mais esse pacote instrucional, exercendo sua autonomia pedagógica assegurada na legislação vigente brasileira.

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